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Red Hot Chili Peppers no SBSR: 11 anos depois

14 de Julho de 2017
Red Hot Chili Peppers no SBSR: 11 anos depois

Reportagem de Lia Pereira da Blitz






"Era verdadeiramente impressionante assistir, pouco antes da meia-noite, à forma como a Meo Arena se encontrava, nesta primeira noite de festival, cheia como um ovo. Não só o número de espectadores - estimado em 20 mil - conferia ao concerto mais aguardado da noite uma moldura humana de respeito, como o comportamento dos espectadores denunciava uma ansiedade facilmente explicável com o contexto: há 11 anos, desde a edição de 2006 do Rock in Rio Lisboa, que a banda de Los Angeles não atravessava o Atlântico com destino a Portugal. A música ambiente deixava de se ouvir por uns segundos, a plateia berrava; os ponteiros dos relógios aproximavam-se da hora marcada, ouviam-se os primeiros assobios de impaciência e excitação; as luzes apagam-se, por fim, e o histerismo saudável toma conta da sala outrora conhecida como Atlântico.

São 00h04 quando começa o reencontro dos Red Hot Chili Peppers com o público português. A efervescência da plateia só confirma o sentimento que absorvêramos à tarde: mais do que um festival, com vários palcos e propostas, este primeiro dia de SBSR assemelhava-se mais a um concerto único, com a esmagadora maioria dos espectadores a contar os minutos para a meia-noite, hora a que todas as t-shirts (roçadas de tanto uso ou novinhas em folha, acabadas de comprar na banca do merchandising do festival) farão sentido. Os Red Hot Chili Peppers, banda que foi capaz de despertar a imaginação e penetrar o cancioneiro de várias gerações, estão finalmente à frente dos mais novos e dos seus pais, e a altura é de celebração.

São 00h06 quando os ecrãs gigantes se iluminam pela primeira vez e podemos ver, pela primeira vez esta noite, os três músicos que jammam desenfreadamente no grande palco da Meo Arena, ornamentado por projeções psicadélicas: Chad Smith na bateria, Josh Klinghoffer (o eterno "novo" recruta) na guitarra e Flea, possivelmente a alma do grupo, em demente improviso antes do primeiro petardo da noite, com "Can't Stop".


The @redhotchilipeppers no Super Bock Super Rock em Lisboa #rhcp #redhotchilipeppers

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Sem que tenhamos dado pelo momento da sua entrada, Anthony Kiedis já está, entretanto, em palco. Se noutras bandas a entrada do cantor é adiada para sublinhar o seu protagonismo, aqui o jogo parece ser o oposto: os Red Hot Chili Peppers vivem tanto das habilidades dos seus instrumentistas que Kiedis, um vocalista atípico, ainda que carismático, está longe de ser o centro das atenções.

Quando reparamos que está em palco, contudo, e o primeiro de vários êxitos se faz ouvir, a loucura é generalizada e torna-se impossível escapar ao arrepio.

Seria fácil, para uma banda como os Red Hot Chili Peppers, desde os anos 80 a lançar discos e a produzir êxitos, construir um alinhamento em modo best of. E não faltaram sucessos nesta noite quentíssima na Meo Arena: logo na abertura, e depois de "Can't Stop", "Snow (Hey Ho)" e até "Dark Necessities", do disco mais recente, serviram para apelar aos seguidores mais jovens, tal como, mais perto do final do concerto, "By The Way" (entoada em coro por largos milhares) ou "Goodbye Angels".

Mas, pelo meio de vários solos e jams virtuosas, a estranheza de que também vive esta banda permaneceu. "Às vezes é preciso ouvir uma balada tranquila, para pôr o bebé a dormir", explicou com serenidade, e na sua voz aflautada, o alien Flea, antes da violência hardcore/psicadélica de "Nobody Weird Like Me", improvável recuperação do longínquo Mother's Milk, de 1989.

Igualmente estranhas aos ouvidos de algum do público mais jovem terão soado as também "arcaicas", mas bem-vindas, "Suck My Kiss" (1992), "Soul to Squeeze" (1993) e "Aeroplane", do mal-amado One Hot Minute, de 1995.

Mas os ânimos mantiveram-se animados, em cima do palco e cá em baixo (e novamente lá em cima - as bancadas estavam cheias até ao último "anel"), com todos os olhos grudados neste estranho grupo de californianos adotivos. Como numa banda desenhada de super-heróis, cada um dos músicos parece ter um poder específico: Josh Klinghoffer será o guitar hero que se veste como um miúdo do público; Chad Smith o baterista imparável que, no final, ficará na beira do palco a agradecer os últimos aplausos e a desejar um regresso em segurança aos seus milhares de fãs; Anthony Kiedis o homem cuja longevidade é um enigma (lendo a sua biografia, espantamo-nos que tenha vivido além dos 20 e poucos anos) e Flea, sempre ele, a alma de um grupo que conseguiu a proeza de desviar olhos de ecrãs de telemóvel durante quase hora e meia.

Dois segundos era, geralmente, o tempo necessário para que as primeiras filas reconhecessem cada tema e o festejassem em conformidade; ver aquela massa humana aos saltos, entoando em coro as letras de Kiedis e as melodias de todos, é um lembrete simpático daquilo que realmente nos traz aqui: a celebração da música ao vivo.

Foi precisamente isso que Flea agradeceu aos fãs, a certa altura: "obrigada por virem aqui esta noite e por apoiarem a música ao vivo", disse, com humildade. No final da noite, e depois de várias mensagens (literalmente) de paz e amor, repeteria a ideia: "Estamos muito gratos e honrados pela oportunidade de estarmos aqui convosco", jurou o fundador de uma das bandas mais bem sucedidas do mundo, com desarmante simplicidade.

Eram 1h25 quando Chad Smith acenou pela última vez ao público português, prometendo, agradecido, voltar em breve. Para trás acabara de ficar "Give It Away" que, por muitos anos que passem e muita água corra debaixo da ponte, será sempre "aquela". Outras ficaram de fora, entristecendo alguns fãs. Será sempre pouco tempo, aquele reservado a reencontros tão aguardados."

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