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Iron Maiden em Lisboa: viva o Metal, viva Portugal

14 de Julho de 2016
Iron Maiden em Lisboa: viva o Metal, viva Portugal




Reportagem do jornalista José Miguel Rodrigues, da Blitz
(retirado do site da Blitz)


Em dia de celebração da vitória nacional no europeu de futebol, a lendária instituição do heavy metal britânico regressou a Lisboa e foi recebida de modo festivo por 18 mil pessoas.

Já passavam cerca de 15 minutos da hora marcada quando os britânicos Iron Maiden entraram finalmente em cena após uma curta – e morna – atuação dos conterrâneos The Raven Age, que contam na sua formação com o guitarrista George Harris, filho do icónico baixista da Dama de Ferro. Com o palco iluminado apenas por quatro gigantescas tochas, e o vocalista Bruce Dickinson numa plataforma elevada por trás do estrado da bateria como que a invocar espíritos ancestrais na espessa nuvem de fumo de onde saiu de braços abertos, a banda trouxe para a Meo Arena todo o ambiente inspirado na cultura Maia que dominou o seu mais recente registo de originais, intitulado The Book of Souls, que serve de mote à digressão europeia que passou esta noite por Lisboa. Não é, por isso, estranho que o 16º álbum do icónico grupo de heavy metal tenha servido de base a uma boa parte do alinhamento, com «If Eternity Should Fail» a dar o pontapé de saída para o espetáculo. Ainda antes de Adrian Smith atacar o primeiro solo da noite, Dickinson solta o primeiro de muitos “Scream for me Portugal!” da noite e a plateia responde com um urro em uníssono, provando uma vez mais a natureza inabalável da relação entre estes músicos veteranos e o público nacional.





«Speed of Light», o single de apresentação para The Book of Souls, aumentou de uma forma bem significativa o ritmo, revelou pela primeira vez a pirâmide Maia que serviria como pano de fundo à primeira parte do concerto e, após um arranque com som geral demasiado confuso e estridente, mostrou o técnico atrás do P.A. à procura de um equilíbrio que, antes sequer do tema chegar ao fim, já permitia à voz de Bruce furar com mais garra. O vocalista aproveitou então a ocasião para se dirigir pela primeira vez de forma mais direta às, segundo o próprio, “18,000 pessoas de 11 milhões” presentes na Meo Arena, pegando num cachecol com as cores nacionais, invocando o jogo de futebol da noite anterior e prometendo festa, o que inspirou de imediato um apaixonado coro orgulhosamente lusitano que, pela primeira vez em muito tempo, acabou por fazer sentido. O alinhamento prosseguiu com «Children of the Damned», apresentado como mais velho que muitos dos presentes. Três cartas – a rainha, o às e o rei – no fundo do palco deram o mote para um retorno ao mais recente disco, composto por «Tears of a Clown» (dedicado ao malogrado Robin Williams) e «The Red and the Black», cuja introdução foi feita por Harris sozinho com o seu icónico baixo com as cores do West Ham. O tema, um dos mais épicos da noite, com quase 15 minutos de duração, acabou por revelar-se um dos pontos mais altos da primeira metade do concerto, com a plateia a entoar o cântico final em uníssono.





Revelando a dinâmica que lhes permite construirem de forma muito inteligente alinhamentos que mantêm o enfoque no presente com um pé bem firme no passado, seguiu-se nova incursão por aquilo a que Dickinson chamou “o legado” dos Iron Maiden. A sequência seguinte começou com o vocalista a empunhar a Union Jack para uma interpretação irrepreensível da incontornável «The Trooper» e a envergar uma máscara de luta livre mexicana em «Powerslave», que mostrou o trio de guitarristas formado por Smith, Dave Murray e Janick Gers a harmonizar em conjunto na boca do palco. «Death or Glory» foi o único exemplo da inconsistência de domina alguns dos registos da banda no período pós-1999 , mas no final Bruce voltou a puxar da cartada futebolística e, quando o sexteto atacou o tema-título do disco mais recentes, poucos eram os que ainda se lembravam daquele refrão repetido, sem necessidade, até à exaustão. A primeira aparição de Eddie em palco, e a divertida interação da famosa mascote do grupo com Gers e Dickinson (que acabou por lhe arrancar o coração) ajudaram a prender a atenção da plateia durante os 10 minutos que a canção durou e acabaram por dar o mote para a reta final do espetáculo.

Primeiro «Hallowed Be Thy Name» fez descer as trevas no palco, mas o tema, como todos os clássicos dos Iron Maiden, acabou por transformar-se numa enorme celebração, com um Bruce incansável a fazer de maestro para as sucessivas ovações da plateia. Dai até ao final o ritmo não mais abrandou, com «Fear of the Dark» a fazer levantar um mar de telemóveis e a «Iron Maiden» a acelerar novamente o ritmo, invocado as raízes punk dos britânicos enquanto um enorme busto hidráulico de Eddie se erguia ameaçadoramente por trás da bateria de Nicko McBrain, que se manteve muito sólido durante toda a prestação. Depois, já com Harris equipado com uma camisola da seleção nacional e um vermelho infernal a dominar o palco, «The Number Of The Beast» deu início ao encore de forma apoteótica. Na introdução a «Blood Brothers», Dickinson voltou uma vez mais a dirigir-se à plateia, apontando bandeiras de diversas nacionalidades no público, reforçando a ideia de que a música é mais forte que qualquer crença política ou religiosa e aproveitando para agradecer aos presentes por “serem quem são”. O concerto chegaria ao fim pouco tempo depois, com uma colagem de Eddies de diversas épocas a ilustrar a antémica «Wasted Years», que pôs o pavilhão a cantar a plenos pulmões uma última vez.





Um final épico que, enquanto a costumeira «Always Look on the Bright Side of Life» ecoava através do P.A. e o público ia abandonando calmamente a Meo Arena, deixou no ar duas coisas importantes a reter: por um lado, os Iron Maiden continuam vivos, de ótima saúde e capazes de pôr milhares de pessoas a entoar os seus refrões; e, por outro, numa altura em que já passaram quase quatro décadas após o boom N.W.O.B.H.M. que deu origem a esta banda e influenciou tantas outras, o heavy metal mais tradicional continua a não dar mostras de, um dia, ainda virmos a testemunhar o esmorecimento da sua vitalidade rebelde.

ALINHAMENTO

1. If Eternity Should Fail
2. Speed of Light
3. Children of the Damned
4. Tears of a Clown
5. The Red and the Black
6. The Trooper
7. Powerslave
8. Death or Glory
9. The Book of Souls
10. Hallowed Be Thy Name
11. Fear of the Dark
12. Iron Maiden

Encore

13. The Number of the Beast
14. Blood Brothers

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